algo na minha memória ram me diz que flanar vem do francês. e agora olhando no dicionário confirmei: não existe, na parte português-francês, o verbo flanar; mas olhando na parte francês-português lá está o flâner com a tradução de perambular.
pois sempre tive caso com esse tipo de acaso - com o perdão pela rima óbvia. amo perambular. melhor dizendo, amo flanar, porque perambular parece ter embutida uma pontinha de desgosto no estar perdido que o flanar não tem. flana-se porque se quer, perde-se por vontade. aliás, chego a fazer uma forcinha às vezes pra conseguir flanar, como não anotar endereço direito de lugares, não pegar o telefone, deixar a bateria do celular acabar, não atentar pro horário que abrem/fecham as coisas... essas reminiscências da adolescência das quais já quis muito me livrar e hoje, depois de uma certa maneirada, até cultivo. de séria e cheia de horários e compromissos já basta a vida, bora flanar.
pois flanando encontrei outro dia aqui com minha mãe um lugar famoso de bordeaux que eu tinha me esquecido de procurar. a rua notre dame, conhecida pelos muitos antiquários. mais que isso, a rua é linda, o que normalmente significa aqui ser salpicada de lugares fofos e atraentes para se comer.
no dia comemos num italiano que não postei aqui porque não era a situação do "projeto" de comer sozinha com o patrick enquanto as crianças estão na escola (pra quem acha que não tenho meu lado obsessivo...).
andando - ops, flanando - mais um pouco depois do almoço com minha mãe, dou de cara com essa praça aqui:
pois sempre tive caso com esse tipo de acaso - com o perdão pela rima óbvia. amo perambular. melhor dizendo, amo flanar, porque perambular parece ter embutida uma pontinha de desgosto no estar perdido que o flanar não tem. flana-se porque se quer, perde-se por vontade. aliás, chego a fazer uma forcinha às vezes pra conseguir flanar, como não anotar endereço direito de lugares, não pegar o telefone, deixar a bateria do celular acabar, não atentar pro horário que abrem/fecham as coisas... essas reminiscências da adolescência das quais já quis muito me livrar e hoje, depois de uma certa maneirada, até cultivo. de séria e cheia de horários e compromissos já basta a vida, bora flanar.
pois flanando encontrei outro dia aqui com minha mãe um lugar famoso de bordeaux que eu tinha me esquecido de procurar. a rua notre dame, conhecida pelos muitos antiquários. mais que isso, a rua é linda, o que normalmente significa aqui ser salpicada de lugares fofos e atraentes para se comer.
no dia comemos num italiano que não postei aqui porque não era a situação do "projeto" de comer sozinha com o patrick enquanto as crianças estão na escola (pra quem acha que não tenho meu lado obsessivo...).
andando - ops, flanando - mais um pouco depois do almoço com minha mãe, dou de cara com essa praça aqui:
vai dizer, não é incrível? assim, do nada, uma praça, que não consta em nenhum guia de turismo, com cara de doméstica e rotineira, com um "hall cultural" no meio e muitas mesinhas dos restaurantes da praça no contorno do hall. as pessoas almoçando, e claro que regado a vinho, no que parecia ser uma pausa pro almoço. olha que sinto muita muita muita falta do brasil e tenho sempre certeza que meu lugarzinho no mundo é aí, mas confesso que essas visões me balançam. acho genial demais viver assim enquanto tanta gente na hora do almoço brasileira (nós, os sortudos que têm almoço) estamos entalados em engarrafamentos ou praças de alimentação de shopping.
aqui não tem engarrafamento porque tem transporte público bom e grande parte da população vai de bicicleta pro trabalho. não tem praça de shopping porque o mau gosto americano passou longe e existe segurança pública, então a rua é de todo mundo. existem pausas grandes pro almoço porque se trabalha menos - a jornada de trabalho oficial é de 35 horas por semana. a pausa do almoço não precisa ser usada para pegar criança na escola correndo e esbaforidamente (e de carro) porque a escola - pública também - vai até as 16h e oferece um tremendo almoço pra todas as crianças, até mesmo pra três brasileiros que apareceram do nada e que para usufruir de tudo isso só precisaram mostrar um contrato de locação de imóvel perto da escola e a caderneta de vacinação de cada um.
tudo pra dizer que quis voltar na tal praça com o patrick no 4º dia da nossa história. escolhemos uma mesinha debaixo dos guarda-sóis vermelhos. uma menina local, muito de bem com a vida, veio nos atender. pedimos o salmão que, jesus, era pra comer rezando, como diz minha amiga renata baiana. o bichinho tinha uma crosta de algo que não entendi o nome, parecia uma farofa mais durinha, algo assim, que era realmente uma dádiva. pra variar, comemos super bem num restaurante de preço médio e sem frescura nenhuma!
abaixo umas fotinhas, inclusive uma do patrick que disse não aguentar mais ser fotografo comendo pra esse blog.